Escritor de Araraquara ocupará a cadeira 11, vaga após a morte do jurista Hélio Jaguaribe
O escritor Ignácio de Loyola Brandão foi eleito, nesta quinta (14/03), para integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL). Autor de Não verás país nenhum e Zero passa a ocupar a cadeira 11, vaga desde setembro de 2018 depois da morte do jurista Hélio Jaguaribe. Loyola foi eleito por unanimidade e uniu lados opostos da academia. A sessão de eleição do escritor foi presidida por Marco Lucchesi, presidente da ABL.
Entre os ocupantes da cadeira que agora é de Loyola estiveram nomes como Darcy Ribeiro, Celso Furtado e Lúcio Mendonça, um dos fundadores da ABL ao lado de Machado de Assis.
Sobre Ignácio de Loyola Brandão
Filho de um ferroviário, seu primeiro trabalho informal de jornalismo foi em uma crítica de cinema no jornal A Folha Ferroviária, em 1952 mas, desde pequeno, Loyola sonhava conquistar o mundo com sua literatura; se não, pelo menos voltar vitorioso para sua cidade natal. Sua carreira começou em 1965 com o lançamento de Depois do Sol, livro de contos no qual o autor já se mostrava um observador curioso da vida na cidade grande, bem como de seus personagens. Trabalhou como editor da Revista Planeta entre 1972 e 1976.
Dono de um "realismo feroz", segundo Antonio Candido, seu romance Zero foi publicado inicialmente em tradução italiana. Quando saiu no Brasil, em 1975, foi proibido pela censura, que só o liberou em 1979. Além do italiano esse livro foi traduzido para o alemão, coreano, espanhol, húngaro e inglês.
Em 2005, virou cronista do jornal "O Estado de S. Paulo". Em 2008, o romance O Menino que Vendia Palavras, publicado pela editora Objetiva, ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano. Em 2016 foi agraciado pela Academia Brasileira de Letras com o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
Em dezembro de 2010, foi agraciado com a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo.
Em março de 2019, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.