Quinta-feira, 08 de abril de 2021
Fala Matão

Maior narcotraficante da história do Brasil usou navio tanque da Citrosuco para transportar toneladas de drogas

Caso aconteceu em 2018, mas foi revelado agora no livro 'Cabeça Branca', que conta a história de fuga e captura do maior narcotraficante da América Latina

  • Redação
  • 09:24
  • Segunda feira, 05 de abril de 2021
Fala Matão - Redação
Luiz Carlos Rocha, o Cabeça Branca, 63 anos - Foto: divulgação

Allan de Abreu, autor do livro Cabeça Branca (Editora Record), que está sendo lançado hoje, segunda-feira, 5, conta em seu livro detalhes de como o maior traficante de drogas da história do Brasil chegou até à brasileira Citrosuco, a maior processadora de suco de laranja do planeta. Pela primeira vez, vem à tona que um de seus navios foi utilizado para transportar cocaína do porto de Santos até Ghent, na Bélgica – sem que a companhia soubesse, segundo apontam as investigações.

Para quem ainda não ouviu fala do Cabeça Branca, ele é o maior traficante de drogas da história do Brasil. O bandido tinha um patrimônio que superava um bilhão de reais – entre fazendas, aviões, mais de cem carros e caminhões. Por quase três décadas, a identidade do marginal que inundou os mercados americano, europeu e também nacional de entorpecentes permaneceu oculta. Ela só foi revelada em julho de 2017, com a captura de Luiz Carlos Rocha, o Cabeça Branca, 63 anos.

Em agosto de 2018, quase duas toneladas de cocaína foram apreendidas no porto de Ghent, a bordo do Carlos Fischer, um navio tanque da Citrosuco equipado com uma pequena área para transportar containers. A droga estava escondida em um deles, no meio de um carregamento de pedras São Thomé, normalmente utilizada como piso de área externa. Os policiais identificaram que o produto seguiu a mesma rota e modus operandi de outros carregamentos de Cabeça Branca: a cocaína era trazida de países produtores, como Bolívia, Colômbia e Peru, para o Brasil em pequenos aviões que aterrissavam em fazendas no Mato Grosso. Em seguida, seguiam em carretas com fundo falso até galpões no interior de São Paulo, onde eram acondicionados em cargas de outros itens que poderiam ser exportados legalmente.

A apreensão da droga na Bélgica aconteceu depois que a Polícia Federal monitorou a quadrilha e alertou as autoridades do país. Um dos alvos da PF no Brasil era uma funcionária da Citrosuco responsável pelas exportações de suco de laranja. Ela viajou para a Bélgica e esteve em contato com Van De Graaf, entre 1 e 14 de dezembro de 2018. Dois dias depois, a polícia belga apreendeu mais 1,1 tonelada de cocaína alojada em tonéis congelados de polpa de laranja da Citrosuco desembarcados no porto de Antuérpia, também na Bélgica. Apesar das evidências, a funcionária não foi indiciada, mas perdeu o emprego.

A Citrosuco afirma que a empresa foi vítima de organizações criminosas e que as investigações contra ela já estão arquivadas. Dois brasileiros foram condenados e seis réus estrangeiros ainda aguardam julgamento. Mesmo preso, o “fantasma” ainda ronda o mundo do crime.

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Veja a nota da Citrosuco:
A Citrosuco esclarece que jamais compactuou com qualquer conduta ilícita. A empresa, infelizmente, foi mais uma vítima de organizações criminosas que se aproveitam das exportações de mercadorias para clandestinamente transportar drogas ilícitas para outros países. Assim que tomou conhecimento dessas ocorrências, a Citrosuco se colocou totalmente à disposição das autoridades do Brasil e da Bélgica, contribuindo com as investigações por meio de depoimentos de seus funcionários e o envio de documentos e informações. Após a devida análise e condução do inquérito criminal, a Citrosuco foi excluída das investigações por não ter tido nenhuma relação com os fatos. A Citrosuco informa que o cidadão estrangeiro Sr. David Van de Graaf nunca figurou em seu quadro de funcionários ou teve autorização para representá-la, seja no Brasil ou no exterior. Assim, atualmente, não há nenhuma acusação contra a empresa ou contra algum de seus funcionários pelos fatos tratados na operação Tifeu, deflagrada pela Polícia Federal. A Citrosuco segue em constante aperfeiçoamento de medidas de segurança para impedir que organizações criminosas utilizem clandestinamente as exportações regulares da empresa para o transporte de drogas.

Fonte: Veja

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