Terça-feira, 24 de outubro de 2023
Fala Matão

O impacto do excesso de telas na saúde infantil

Compreendendo os benefícios e desafios da tecnologia e estabelecendo limites adequados. Confira 7 recomendações! 

 

  • Redação
  • 13:16
  • Terça-feira, 24 de outubro de 2023
Fala Matão - Redação
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Nos dias de hoje, é comum vermos crianças com celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos nas mãos. Embora a tecnologia possa trazer benefícios, o excesso de telas pode ser prejudicial para a saúde das crianças. Entenda como.

Excesso de telas e o desenvolvimento infantil
Não é segredo que a tecnologia tem papel essencial em nossas vidas, estando presente quase em tempo integral no nosso dia a dia, principalmente nos celulares. Por isso, as crianças também não estão imunes a essa realidade, tendo acesso a dispositivos eletrônicos cada vez mais cedo.

Além disso, a pandemia do coronavírus foi um dos fatores responsáveis por acelerar esse processo. Pois, as crianças passaram a ter aulas online e a se comunicar com amigos e familiares por videochamadas.

A tecnologia como aliada
As crianças têm facilidade em lidar com a tecnologia e também aprendem mais fácil com apoio visual. Por isso, quando ela é associada a atividades com fins interativos e pedagógicos, como memorização e concentração, ela é uma grande aliada no desenvolvimento infantil.

Além disso, outros benefícios do uso da tecnologia, incluem o desenvolvimento de novas habilidades (como programação, por exemplo), melhora do raciocínio lógico, estimulação da criatividade e melhora da autonomia. Mas claro, tudo isso deve ser realizado de maneira pedagógica e com supervisão.

Embora a tecnologia possa trazer benefícios, como os exemplos citados, lembre-se que o excesso de telas pode ter consequências negativas para a saúde das crianças.

4 impactos negativos do excesso de telas
O uso de telas em excesso pode impactar negativamente a saúde das crianças. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), alguns dos principais impactos incluem:

1. Problemas de sono
O uso de telas até duas horas antes de dormir afeta a qualidade do sono das crianças e adolescentes. Com isso, há aumento de insônia, estresse, irritabilidade e cansaço durante o dia.

2. Problemas de visão
O excesso de telas pode levar a problemas de visão, como fadiga ocular, síndrome visual do computador e miopia, por exemplo.

3. Problemas de saúde mental
O excesso de telas aumenta o risco de ansiedade, depressão, irritabilidade e outros problemas de saúde mental.

4. Problemas de desenvolvimento
O excesso de telas pode afetar o desenvolvimento cognitivo e social das crianças, interferindo na capacidade de aprendizado e na interação com outras pessoas.

Outros problemas listados pela SBP são:

• Dependência digital;
• Déficit de atenção e hiperatividade;
• Transtornos alimentares, como sobrepeso, obesidade, bulimia e anorexia;
• Comportamentos auto lesivos e indução ao risco de suicídio;
• Exposição precoce à sexualidade, bem como risco de abuso sexual virtual;
• Bullying e cyberbullying;
• Transtornos posturais;
• Uso de nicotina, bebidas alcoólicas, substâncias ilícitas e anabolizantes.

7 recomendações para evitar o excesso de telas para crianças e adolescentes

O uso de telas não precisa ser eliminado da vida das crianças, mas é necessário estabelecer limites e garantir que elas não passem tempo demais nos dispositivos eletrônicos.

De acordo com a SBP, para evitar o excesso, o limite de uso de telas recomendado em um dia varia conforme a idade da criança e deve ser sempre supervisionada pelos pais.

1. Evite a exposição de crianças menores de dois anos a telas
Durante os primeiros mil dias de vida, o cérebro da criança está desenvolvendo os aspectos sensoriais, táteis, visuais, auditivos e olfativos. Por isso, esse período pode determinar o estabelecimento de hábitos e atitudes saudáveis para o resto da vida.

2. Limite no máximo uma hora de tela por dia para crianças entre 2 e 5 anos
Até os 5 anos de idade a criança apresenta um rápido desenvolvimento motor e de habilidades manuais, como empilhar objetos e pular em um pé só, por exemplo. Além disso, até essa idade a criança ainda não sabe diferenciar fantasia de realidade. Por isso, evite o excesso de telas nesse período.

 3. Não permita o uso de telas por mais de 2 horas por dia para crianças entre 6 e 10 anos
Nessa fase a comunicação está mais desenvolvida, assim como o pensamento lógico e os sentimentos. Por isso, além do risco de exposição a substâncias ilícitas e maus hábitos de vida, o cyberbullying pode causar transtornos emocionais e psicológicos.

4. Limite o uso de telas para crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos em no máximo três horas
Com a chegada da adolescência e o “período rebelde”, o monitoramento para evitar a exposição em excesso a telas vai ficando mais difícil. Por isso, nessa fase, será preciso jogo de cintura para conseguir negociar e, ao mesmo tempo, estabelecer uma autoridade assertiva sobre as crianças.

5. Não permita o acesso isolado aos aparelhos eletrônicos
O monitoramento é essencial na proteção da criança, pois é possível evitar a exposição precoce à sexualidade, o cyberbullying, o consumo de conteúdos auto lesivos, violentos e de distorção de imagem.

6. Incentive a prática de esportes e seja o exemplo

Os filhos costumam seguir o exemplo dos pais, então, ao invés de tentar distraí-los com aparelhos eletrônicos, experimente incentivá-los a praticar esportes e exercícios ao ar livre, por exemplo. Além de evitar as consequências do excesso de tela, isso irá aumentar a conexão, as boas relações e a amizade no ambiente familiar.

7. Crie regras saudáveis
Ser rígido ou autoritário pode aumentar o atrito nas relações familiares. Por isso, as regras saudáveis ajudam a manter a obediência e a ordem. Por exemplo: o uso de aparelhos eletrônicos só será permitido após a realização de tarefas domésticas e/ou escolares. Analise a estratégia que mais se adequa à realidade e rotina da família.

Além disso, o tempo nas telas não deve ser contínuo. É recomendado que as crianças façam pausas frequentes, a cada 30 minutos, para se movimentar e descansar os olhos. "Uma sugestão que pode auxiliar os pais a evitarem conflitos é criar uma ficha com o tempo de permanência no celular. Por exemplo, uma criança de até 5 anos: os pais podem criar duas fichas de 30 minutos cada e entregá-las para o filho (a). Sempre que for utilizar o celular dentro do horário permitido, a criança entrega a fichinha e coloca o tempo no celular. Assim, a regra fica estabelecida, e a própria criança cria a autonomia de utilizar o celular no tempo mais adequado para ela, dentro dos horários pré-estabelecidos pelos pais. Quando você dá um celular para uma crinaça apenas para regular a raiva, para parar de chorar, apenas com o intuito de acalmar a criança, na fase adulta ela terá mais dificuldade de lidar com os sentimentos, com as furstações'', comentou o psicanalista e orientador parental Alex Gasoni.

Gasoni ainda explica que o uso excessivo de celulares e dispositivos eletrônicos estimula a produção de dopamina no corpo, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa. Isso pode resultar em dependência, dificuldades de sono e problemas de comportamento, especialmente em crianças. Além disso, o uso frequente de telas tende a promover o sedentarismo, prejudicando a atividade física e a interação social. É importante conscientizar sobre esses riscos e estabelecer limites equilibrados no uso de dispositivos eletrônicos para garantir um desenvolvimento saudável.

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