Quinta-feira, 07 de dezembro de 2023
Fala Matão

Vidas em risco devido à falta de viaturas do SAMU e pagamentos pendentes em Matão

Paciente com surto psicótico esperou 73 minutos para ser atendido; três viaturas estão paradas há pelo menos 90 dias. Policiais militares, acionados para apoio, ficaram quase uma hora parados com a viatura. O motivo? Confira na matéria exclusiva do Portal Fala Matão!

  • Alex Gasoni
  • 17:03
  • Segunda feira, 04 de dezembro de 2023
Fala Matão - Alex Gasoni
Durval teve que esperar mais de 70 minutos para ser atendido - Foto: Fala Matão

A espera desesperadora por socorro médico pode ser uma questão de vida ou morte. Recentemente, um caso em Matão ilustrou a gravidade desses atrasos no atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), expondo não apenas a ineficiência operacional, mas também deficiências estruturais e administrativas.

No último dia 1º de dezembro, Durval L. de T., um cidadão de 64 anos em surto psicótico, morador na avenida Antônio Gorgati, no Park do Imperador, em Matão, foi o protagonista de uma espera angustiante. O SAMU foi acionado às 11h04, mas chegou ao local apenas às 12h17, um lapso de tempo alarmante de 73 minutos. O pedido inicial para assistência médica foi reforçado com a presença da Polícia Militar, que prontamente atendeu ao chamado, mas enfrentou a frustração de esperar cerca de uma hora pela chegada da ambulância.

O relato da irmã do paciente, Célia M.T.F., ressalta o potencial para fatalidades por causa desses atrasos. Em um momento em que a vida estava em jogo, a escassez de viaturas e profissionais disponíveis para socorro ficou escancarada. Essa situação, longe de ser um incidente isolado, expõe uma vulnerabilidade estrutural no sistema de atendimento de urgência. O SAMU vem enfrentando dificuldades há tempos; até copos descartáveis para beber água já faltaram, além da ausência de um local adequado para o descarte da água usada para lavar as ambulâncias.

Durante a apuração realizada pelo Fala Matão, a presença de vizinhos corroborou os fatos, inclusive fornecendo registros das chamadas telefônicas para o 192 (SAMU). Ainda mais alarmante foi a revelação e confirmação dos agentes de que apenas duas viaturas estão operando no município. Durante o atendimento ao paciente Durval, uma delas estava em atendimento em outra localidade e a outra, que atendeu ao chamado, estava em seu período de descanso. Esse déficit de recursos levanta questões críticas sobre a capacidade do SAMU de atender adequadamente a população em momentos de crise. Fica evidente também que não se trata de culpa dos profissionais enfermeiros e médicos que trabalham no SAMU, mas sim da falta deles e de veículos.

Viaturas paradas em oficinas

A investigação jornalística do Fala Matão revelou um quadro ainda mais sombrio: enquanto vidas estão em jogo, três viaturas que deveriam estar em pleno funcionamento estão paradas há pelo menos 90 dias em oficinas mecânicas e elétricas. O motivo chocante? Falta de pagamento por outros serviços já realizados para a Prefeitura de Matão envolvendo vários putros veículos. É inconcebível que veículos essenciais para salvar vidas sejam deixados inativos devido a questões financeiras.

A falta de priorização dos serviços essenciais em detrimento de gastos supérfluos também merece destaque. Enquanto as ambulâncias permanecem paralisadas, gastos desnecessários com eventos de assinaturas de obras (praças e outros), incluindo painéis de LED, som, iluminação, palco e contratações artísticas, deixam claro um descompasso entre as necessidades primárias da população e as prioridades administrativas. Para a assinatura da liberação de obras, como por exemplo a reforma de uma praça, basta uma caneta.

A gravidade dessa situação vai além do caso isolado de Durval L. de T. Se um evento de emergência exigir múltiplos atendimentos em locais diferentes, a realidade é pavorosa: a central reguladora será forçada a escolher quem receberá socorro, colocando vidas em risco devido à falta de recursos e veículos.

A população de Matão merece respostas e ação imediata. É imprescindível que as autoridades responsáveis ajam rapidamente para resolver não apenas a falta de viaturas operacionais, mas também a questão dos pagamentos pendentes que mantêm veículos cruciais fora de serviço. A vida não pode ser colocada em espera devido à negligência administrativa e à falta de priorização dos serviços essenciais.

Em tempo, durante a finalização da matéria, foi apurado que pelo menos uma das viaturas de Suporte Avançado do Samu (USA) deverá ser liberada nesta terça-feira (5), mesmo com as pendências financeiras em aberto.

Respeito aos profissionais

É fundamental destacar que este veículo de imprensa nutre um profundo respeito pelos profissionais do SAMU, incluindo enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos. A divulgação desta matéria visa cumprir com o papel jornalístico inerente a qualquer veículo de imprensa: fornecer informações relevantes para toda a sociedade, seja por meio de denúncias de corrupção, destacando tanto os êxitos quanto as falhas das políticas públicas, e acompanhando de perto o trabalho dos políticos no poder.

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