Quarta-feira, 09 de abril de 2025
Fala Matão

Justiça determina bloqueio de bens de empresários e ex-prefeito de Taquaritinga

Decisão envolve Vanderlei Mársico, Luciano Azevedo e empresários locais; esquema teria desviado recursos por meio de contratos fraudulentos com a Prefeitura.

  • Redação
  • 07:59
  • Segunda feira, 07 de abril de 2025
Fala Matão - Redação
Prefeitura de Taquaritinga - Foto: Google Maps

Após dois anos de investigações, a Justiça de Taquaritinga determinou nesta semana o bloqueio de bens no valor de R$ 38 milhões pertencentes ao ex-prefeito Vanderlei Mársico e a empresários locais. A medida atende a um pedido da Promotoria do Patrimônio Público, do Ministério Público, e tem como objetivo garantir a reparação de possíveis danos aos cofres públicos.

A decisão judicial também suspende contratos e pagamentos da Prefeitura às empresas investigadas, que são apontadas como beneficiárias de um suposto esquema de fraudes em licitações públicas. As investigações revelam que pelo menos duas empresas, contratadas para locação e manutenção de máquinas e veículos da frota municipal, estão envolvidas no esquema.

Segundo a promotora Patrícia Frighetto Gasparini, as empresas inicialmente apresentavam propostas com valores abaixo do mercado para vencer as licitações. Após serem declaradas vencedoras, os preços eram alterados, aumentando consideravelmente os custos dos serviços prestados ao município.

Durante a execução dos contratos, foram constatadas diversas irregularidades, incluindo a cobrança excessiva de horas de locação de máquinas e a má prestação dos serviços de manutenção, como mecânica, elétrica e funilaria. Notas fiscais com valores elevados foram emitidas sem comprovação da realização dos serviços, o que levantou suspeitas de superfaturamento e desvio de recursos públicos.

A documentação reunida ao longo da investigação foi analisada pelo Centro de Apoio Operacional à Execução (CAEx), que identificou os indícios de fraude. O caso, que veio à tona em 2023, tramitava sob segredo de Justiça até recentemente.

Testemunhas ouvidas durante o processo investigativo apontaram ainda o possível envolvimento de vereadores da legislatura anterior, que teriam recebido repasses mensais irregulares — o chamado “mensalinho” — em troca de apoio político ao esquema. Até o momento, os nomes dos parlamentares suspeitos não foram divulgados.

O afastamento do então prefeito Vanderlei Mársico, em fevereiro de 2024, foi um dos primeiros desdobramentos do caso, que agora avança com a decisão de bloqueio de bens. O Ministério Público segue apurando os fatos, e novas revelações devem surgir nos próximos dias.

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