Polícia Civil quer identificar responsáveis por publicação; pena pode chegar a 30 anos. Segundo família, Sarah Raissa morreu após inalar desodorante em desafio visto na internet.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) quer descobrir quem criou e compartilhou nas redes sociais, Tik Tok e Kwai, conteúdo relacionado ao chamado "desafio do desodorante" que, segundo a família, causou a morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, em Ceilândia. A menina foi sepultada na tarde desta segunda-feira (14).
Segundo o delegado Walber Lima, da 15ª Delegacia de Polícia, os responsáveis pela publicação podem responder por homicídio duplamente qualificado — crime com pena de até 30 anos de reclusão. A principal linha de investigação é que a menina participou do desafio após assistir a vídeos na internet.
O celular usado por Sarah foi apreendido e encaminhado para a perícia. O conteúdo armazenado no aparelho pode ajudar a polícia a rastrear a origem do vídeo. O laudo deve ficar pronto em cerca de 30 dias.
"A ideia é conseguir o histórico de pesquisas, além do conteúdo acessado por ela", diz o delegado.
Sarah foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após ser encontrada desacordada pelo avô, na quinta-feira (10), dentro de casa. Segundo a polícia, ela estava deitada no sofá, ao lado do celular e de um frasco de desodorante aerossol. Uma almofada estava encharcada pelo produto.
A criança foi levada com vida ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). No entanto, no HRC os médicos constataram morte cerebral. O óbito foi declarado no domingo (13).
O "desafio do desodorante" consiste em inalar o produto pelo maior tempo possível. A prática tem sido reproduzida por crianças e adolescentes que gravam vídeos para redes sociais, que alcançam milhares de visualizações.
Especialistas alertam que o aerossol pode causar sérios danos à saúde se for inalado. A substância consegue penetrar rapidamente nos brônquios, comprometendo a oxigenação. Além disso, há um alto teor de etanol (álcool) em qualquer tipo de desodorante.
Crianças não precisam de celular, muito menos de redes sociais. A infância deve ser preservada — com afeto, atenção e segurança, não com telas que as expõem a riscos que nem sequer compreendem.
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