Sexta-feira, 18 de julho de 2025
Fala Matão

Raízen fecha usina em Sertãozinho e demite 2 mil funcionários

 

Empresa alega reestruturação estratégica; sindicato assegura benefícios e prefeitura lança plano de apoio aos desempregados.

  • Redação
  • 09:39
  • Quinta-feira, 17 de julho de 2025
Fala Matão - Redação
Usina Santa Elisa, em Sertãozinho - Foto: Biosev

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Açúcar, da Alimentação e Afins de Sertãozinho e Região firmou, nesta quarta-feira (16), um acordo com a Raízen para assegurar os direitos dos trabalhadores demitidos após o fechamento da Usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP). A paralisação das atividades foi comunicada na terça-feira (15), com o desligamento de cerca de dois mil funcionários.

A medida afeta diretamente trabalhadores de Sertãozinho e de cidades próximas como Pontal, Barrinha e Pitangueiras. Representando cerca de 60% dos afetados, o sindicato garantiu os seguintes benefícios:

• Plano de saúde, odontológico e seguro de vida: mantidos por seis meses, sem custo para os trabalhadores e dependentes;
• Abono: equivalente a um salário para cada cinco anos de serviço. Quem trabalhou menos de cinco anos receberá um salário integral como abono;
• Vale-alimentação: pagamento de seis parcelas junto com a rescisão;
• Verbas rescisórias: ainda sem data definida para pagamento.

A Raízen também se comprometeu a apoiar a recolocação dos ex-funcionários por meio de parcerias com empresas e cursos de qualificação profissional, em conjunto com o sindicato e órgãos municipais.

Segundo a empresa, o encerramento das operações integra uma estratégia de "reciclagem de portfólio", sem prazo de retorno, e envolve a venda de ativos. Aproximadamente quatro milhões de toneladas de cana foram negociadas por cerca de R$ 1 bilhão. A moagem da matéria-prima será redistribuída entre outras usinas, o que evitará impactos na oferta de etanol, açúcar e derivados.

A Usina Santa Elisa, fundada em 1936, tem capacidade para processar até 6 milhões de toneladas de cana por safra e opera em mais de 36 mil hectares. O fechamento gerou forte reação do sindicato, que classificou a decisão como "uma tragédia sem explicação".

A Prefeitura de Sertãozinho anunciou um plano emergencial para apoiar os trabalhadores locais, estimados em 200, com ações de recolocação via PAT, requalificação profissional e articulação com a iniciativa privada.

Especialistas alertam para os impactos indiretos, que devem atingir também fornecedores e prestadores de serviços da cadeia produtiva. Já o Ceise Br, entidade que representa o setor sucroenergético, demonstrou preocupação com possíveis rompimentos de contratos e efeitos colaterais na economia regional.

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