Nota da Prefeitura repete medidas já anunciadas pelo Governo Federal e não esclarece benefícios específicos para Matão.
A nota divulgada pela Prefeitura de Matão sobre a viagem do prefeito Cido Ferrari (PT) a Brasília tenta transmitir uma imagem de protagonismo político e articulação em defesa da cidade, mas, ao ser lida com atenção, revela-se genérica, burocrática e pouco convincente.
Primeiro ponto: o texto não apresenta nada de novo. Tudo o que foi anunciado no encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) já havia sido amplamente divulgado pelo Governo Federal nos últimos dias, como a redução de impostos, a liberação de 30 bilhões de reais em crédito e a postergação de tributos de exportação. Se a reunião serviu apenas para reafirmar apoio a medidas já conhecidas, a viagem perde força como justificativa para o uso de recursos públicos. Para anunciar mais do mesmo, bastaria uma reunião por Zoom, sem custos adicionais para a população.
Segundo: não há um único compromisso concreto assumido especificamente com Matão. A nota menciona a apresentação de demandas do município, mas não esclarece quais foram. Quais projetos foram protocolados? Houve promessa de recursos para saúde, educação ou infraestrutura? Existe previsão de verba carimbada ou cronograma de execução? Nada disso é informado.
Terceiro: o discurso de buscar investimentos soa vazio sem detalhamento. Afirmar que Matão tem potencial para crescer ainda mais é apenas retórica, não política pública. O mínimo que se espera de uma comitiva oficial financiada com dinheiro da população é clareza sobre resultados. Qual investimento foi destravado? Qual ministério sinalizou repasse? Qual programa federal abriu portas para a cidade?
Por fim, a nota parece escrita mais para justificar a viagem do que para informar os cidadãos. A repetição de frases de efeito como oportunidade de mostrar força, garantir futuro melhor e reforçar apoio evidencia preocupação maior com a narrativa política do que com a transparência administrativa.
Em resumo: a viagem pode até ter tido valor político, mas a comunicação oficial fracassou em demonstrar isso. Para o contribuinte, fica a sensação de que se gastou dinheiro público para ouvir em Brasília o que já estava nas manchetes da imprensa nacional.
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