Prefeitura e Sindicato divergem sobre responsabilidade pelos custos e condições das propostas apresentadas; nova reunião ocorre nesta quinta-feira (9), às 18h
A discussão sobre o reajuste do plano de saúde dos servidores públicos municipais de Matão volta à pauta nesta quinta-feira (9), às 18h, em assembleia marcada no Ginásio de Esportes Décimo Chiozzini. O tema vem gerando impasse entre o Sindicato dos Servidores Municipais e a Prefeitura, que divergem sobre as propostas apresentadas e a forma de custeio do benefício.
Segundo o Sindicato, em assembleia realizada no dia 14 de agosto, os servidores aprovaram um reajuste de 12% no plano de saúde da Unimed. A Prefeitura, porém, se posicionou contra a proposta, alegando que não arcaria integralmente com o aumento. Em resposta, propôs dividir os custos — 6% para a administração e 6% para os servidores —, proposta que, de acordo com o Sindicato, chegou a ser aceita, mas depois foi retirada pela própria Prefeitura.
Em nova rodada de negociações, a administração teria apresentado uma contraproposta de 10%, que também foi aceita pela categoria e pela operadora Unimed. No entanto, segundo o Sindicato, a Prefeitura voltou atrás novamente, alegando que o valor seria elevado e representaria um reajuste abusivo.
O Sindicato acusa o governo municipal de endurecer as tratativas e recusar alternativas que já haviam sido aprovadas pelas partes. A entidade afirma que busca uma solução “justa e transparente” e critica o que considera uma postura de intransigência da administração.
Posicionamento da Prefeitura de Matão
Em resposta, o secretário de Administração, Willian Di Gaetano, explicou que o contrato do plano de saúde é gerenciado pelo Sindicato, e não pela Prefeitura. No entanto, como o município custeia cerca de 65% do valor total, precisa participar das negociações, já que qualquer reajuste tem impacto direto nas contas públicas.
“A primeira proposta da Unimed era de 39% de aumento. O sindicato chegou a discutir outros percentuais, como 32%, mas a Prefeitura emitiu parecer informando que o limite global possível seria de 6%, rateado proporcionalmente entre o município e o sindicato. Depois, a Unimed manteve a proposta de 12%, e a Prefeitura apresentou uma contraproposta de 10%, sendo 5% para o servidor e 5% para o município”, explicou Di Gaetano.
De acordo com o secretário, a proposta de 10% foi aprovada pela Unimed, mas o sindicato apresentou uma nova alternativa com a HSaúde, o que alterou o cenário.
Diferença de custos
Atualmente, o custo total mensal do plano da Unimed, com reajuste de 10%, é de R$ 909.837,76, enquanto o da HSaúde é de R$ 830.000,29 — uma diferença de aproximadamente R$ 79 mil a menos por mês.
Condições oferecidas pela HSaúde
Segundo ofício enviado à Prefeitura e ao sindicato, a empresa garantiu que não haverá carência nem interrupções nos atendimentos em caso de migração.
O documento destaca que a transição seria “simples e segura”, com manutenção integral dos tratamentos em andamento e da mesma cobertura oferecida atualmente pela Unimed, porém com preço menor.
A operadora afirma contar com mais de 450 prestadores credenciados, entre rede própria e parceiros, com atendimento em Matão, Araraquara, Itápolis, Tabatinga, São Carlos e Ribeirão Preto.
Em Matão, o plano teria como principal referência o Hospital Carlos Fernando Malzoni, que oferece pronto atendimento adulto e pediátrico, UTIs, serviços de imagem avançada, hemodinâmica, hemodiálise, oncologia, medicina hiperbárica e outras especialidades.
“Agora a decisão é dos servidores. Se quiserem permanecer com a Unimed, com acréscimo de 10%, podem ficar. Se preferirem a HSaúde, também podem optar. É uma decisão da categoria”, finalizou Di Gaetano.
Câmara de Vereadores
Durante a Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Matão, realizada na segunda-feira (6), a vereadora Ana Mondini (Republicanos) solicitou ao prefeito Cido Ferrari um pronunciamento oficial e urgente sobre a renovação do convênio médico dos servidores públicos municipais, atualmente operado pela Unimed de Araraquara.
A parlamentar destacou o cenário de insegurança e omissão que, segundo ela, estaria instaurado nas tratativas entre a Administração Municipal e o Sindicato dos Servidores.